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O Mercado Livre de Energia Elétrica no Brasil e o seu potencial impacto nas contas de luz a partir de 2024

A partir de 2024, as empresas brasileiras terão a oportunidade de economizar significativamente em suas despesas com energia elétrica, pelo Mercado Livre de Energia. Entretanto, para aqueles que continuarem comprando energia das distribuidoras tradicionais, é possível que as contas de luz aumentem.

A abertura do mercado livre de energia elétrica no Brasil foi instituída em agosto de 1998, permitindo que consumidores do mercado de alta tensão pudessem adquirir energia elétrica de qualquer fornecedor. Atualmente, esse modelo atende a mais de 34.000 unidades consumidoras, representadas por mais de 12.000 empresas que compram mais de 60% de sua energia diretamente de comercializadores. Nesse ambiente, os consumidores têm a liberdade de escolher seus fornecedores, negociando preços, prazos, volumes e formas de pagamento diretamente com as geradoras ou comercializadoras. Esse mercado é conhecido como Ambiente de Contratação Livre (ACL).

No entanto, uma mudança significativa está prevista para 2024, onde as distribuidoras de energia elétrica podem perder cerca de 5.301 clientes, equivalentes a 1% de seu mercado. Isso ocorrerá devido à migração de consumidores conectados em alta tensão, como comércios e indústrias, para o mercado livre de energia. Essa estimativa é fornecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e representa a migração de clientes que consomem um total de 279,4 gigawatts-hora (GWh) de energia por mês. Esse consumo compreende 1% da demanda mensal de energia dos consumidores no mercado “cativo” ou “regulado”, que estão restritos a comprar energia apenas da distribuidora local.

Uma das principais vantagens é a redução nos custos de aquisição de energia. De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), estima-se que a tarifa possa diminuir entre 15% a 20% para aqueles que migrarem para o mercado livre a partir de 2024. No entanto, para os consumidores que permanecerem no mercado cativo, como as residências, as contas de luz podem aumentar. Isso ocorre devido à diminuição do número de consumidores no mercado cativo, o que leva a um aumento proporcional nos custos de energia. As distribuidoras precisarão encontrar maneiras de cobrir suas despesas.

Conforme a regulamentação atual, todos os consumidores em alta tensão, acima de 2,3 quilovolts (kV), terão permissão para contratar energia no mercado livre a partir de janeiro de 2024. Isso significa que eles poderão adquirir energia de comercializadores a preços negociados. No entanto, consumidores em baixa tensão, como residências e áreas rurais, ainda comprarão energia da distribuidora local. Para iniciar o processo de migração, o consumidor precisa notificar sua distribuidora com pelo menos 6 meses de antecedência em relação ao término do contrato anual de prestação de serviços.

Além disso, a partir de janeiro, os consumidores elegíveis para migrar precisarão fazê-lo por meio de uma comercializadora varejista. Essa empresa atuará como representante junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela gestão da compra e venda de energia no mercado livre.

Nesta mudança, para os consumidores que não têm a flexibilidade do Mercado Livre de Energia, é crucial explorar alternativas para otimizar o uso de energia elétrica. Uma dessas alternativas é a implementação da telemetria, um sistema de monitoramento em tempo real que oferece dados detalhados sobre o consumo de energia. Ao adotar a telemetria em suas instalações, você estará no controle total do seu consumo de energia. Isso não apenas ajuda a identificar áreas de desperdício e ineficiência, mas também permite tomar medidas proativas para reduzir os custos de eletricidade.

Agora para as empresas que fazem uso do Mercado Livre de Energia frequentemente implementam sistemas de telemetria para monitorar e medir seu consumo de energia elétrica de forma precisa. Isso ajuda a gerenciar o uso de energia de maneira eficaz, otimizar o consumo e tomar decisões informadas sobre compra e alocação de energia. Monitorar o consumo de energia com precisão ajuda a garantir que seja cumprido os termos de contratos e evitando penalidades por excesso de consumo ou outros desvios.

Em suma, o Mercado Livre de Energia traz oportunidades de economia, mas também desafios para os consumidores de energia no Brasil. Aqueles que se prepararem e adotarem práticas eficientes de consumo estarão em melhor posição para aproveitar os benefícios desse mercado em evolução. Portanto, é fundamental estar atento às mudanças e buscar soluções inteligentes para gerenciar o consumo de energia de maneira eficaz

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Ribeirão Preto investe em sustentabilidade hídrica com o uso de Água de Reuso

Nos dias atuais, Ribeirão Preto desfruta de um sistema de abastecimento de água potável que atende integralmente às necessidades da população, sendo provida em sua totalidade pelo Aquífero Guarani. Essa água, além de ser utilizada para o consumo humano, desempenha um papel fundamental em todas as atividades urbanas.

No entanto, um marco importante na busca por maior sustentabilidade hídrica foi alcançado após a aprovação do Projeto de Lei nº 45/2023, proposto pelo governo municipal. Esse projeto estabelece diretrizes para a implementação do uso de água de reuso em Ribeirão Preto, promovendo a regulamentação e a conscientização quanto à sua utilização. Embora o reuso da água esteja em fase de regulamentação, prevê-se sua aplicação em setores cruciais como a construção civil, a indústria e os serviços públicos.

É importante ressaltar que a água de reuso, embora não seja potável, é uma fonte de água limpa e segura. Por essa razão, pode ser aproveitada em diversas atividades, como a manutenção de vias públicas, a desobstrução de galerias de águas pluviais e esgoto, a construção civil, a limpeza industrial e a irrigação de áreas verdes, praças e jardins.

Anteriormente, após passar pelo tratamento necessário, a água utilizada na cidade era devolvida aos rios. Entretanto, com essa mudança regulatória, a mesma empresa responsável pelo tratamento de esgoto agora poderá disponibilizar essa água de reuso. Além disso, os custos relacionados ao processo e à distribuição da água de reuso serão de sua responsabilidade.

A expectativa é que a adoção da água de reuso contribua significativamente para a redução do desperdício em Ribeirão Preto. No entanto, é importante lembrar que essa medida, embora fundamental, não é a única necessária, uma vez que os vazamentos na rede pública representam a maior fonte de desperdício. 

Ribeirão Preto serve como um exemplo positivo nacional em relação ao tratamento de esgoto, mas enfrenta um desafio considerável com vazamentos de água. Aproximadamente quatro em cada dez litros extraídos do Aquífero Guarani se perdem na rede de distribuição (Dados captados pelo Daerp), frequentemente devido a ligações clandestinas, equipamentos de medição desatualizados e, principalmente, vazamentos na rede de abastecimento. 

Deveria ser crucial que as organizações ou redes públicas monitorem constantemente suas infraestruturas para detectar vazamentos sutis e, consequentemente, evitar desperdícios significativos de água. Além disso, investir em tecnologias de detecção de vazamentos em tempo real e em sistemas de telemetria avançados não apenas aprimora a eficiência operacional, mas também desempenha um papel fundamental na preservação desse recurso vital. Afinal, estamos testemunhando a perda de água potável de forma desnecessária e sem beneficiar ninguém, quando cada gota deve ser valorizada e utilizada de maneira responsável.

Em meio a esse importante passo em direção à sustentabilidade hídrica, a cidade demonstra seu compromisso em enfrentar os desafios relacionados à gestão da água de forma proativa. Com a implementação do reuso de água, irão não apenas preservar seus recursos hídricos, mas também contribuir para a conscientização sobre a importância de conservar e utilizar os recursos naturais de forma responsável. A jornada rumo à eficiência hídrica está em pleno andamento, e Ribeirão Preto está pavimentando o caminho para um futuro mais sustentável e consciente em relação à água.

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O Crescente Desperdício de Água no Brasil e Suas Implicações.

Em pleno ano de 2023, a problemática do desperdício de água persiste no Brasil, conforme revelam as últimas informações fornecidas pelo Instituto Trata Brasil. Essa análise aponta para uma realidade alarmante: o volume de água que se perde devido a vazamentos é tão expressivo que, se fosse devidamente preservado, poderia abastecer cerca de 30% da população brasileira por um ano inteiro.

No ano de 2015, aproximadamente 36,7% da água potável produzida no país foi perdida durante a distribuição. No entanto, a situação se agravou, atingindo alarmantes 40,3% de perdas nos anos recentes. Essas perdas incluem vazamentos visíveis, como canos estourados em vias públicas e perdas invisíveis, ocorrendo nos sistemas de encanamento subterrâneo. Apesar do aumento das campanhas de conscientização sobre o uso responsável da água, o alto consumo e desperdício permanecem preocupantes. Dos 100 litros de água tratada no Brasil, apenas 63 litros são efetivamente utilizados, enquanto os 37 litros restantes são desperdiçados devido a vazamentos, ligações clandestinas, medições inadequadas e até mesmo roubos.

Ao examinarmos minuciosamente as atividades que têm o maior consumo de água no cenário global e no contexto brasileiro, é evidente que diversas atividades socioeconômicas utilizam de forma ainda mais significativa os recursos hídricos. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a agricultura e pecuária emergem como as principais protagonistas no que se refere ao uso da água.

De acordo com um relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), a agricultura representa uma significativa parcela de 72% no uso de recursos hídricos no Brasil, com a irrigação agrícola sendo um dos principais consumidores desse recurso, essencial para a produção de alimentos e pecuária. No entanto, cerca de metade da água utilizada na irrigação das plantações se perde devido à evaporação, enquanto a contaminação dos lençóis freáticos por agrotóxicos e produtos agrícolas prejudica a qualidade da água. O desafio enfrentado pela agricultura atualmente é encontrar formas de aumentar a produção de alimentos sem agravar os impactos ambientais, com estudos indicando medidas como o uso de sensores de solo para otimizar a irrigação e reduzir o consumo de água em até 20%.

As indústrias, responsáveis por 7% do consumo total de água no Brasil (equivalente a 1161 metros cúbicos por segundo), apresentam um notável potencial de crescimento em comparação com outros países, apesar de seu uso atual ser menor que nos setores agrícola e urbano. Esta perspectiva ressalta a necessidade de adotar medidas eficazes para conter o consumo excessivo de água não apenas em residências e estabelecimentos comerciais, mas também nos setores primário e secundário da economia. Nesse sentido, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços firmaram um acordo de cooperação de dois anos, visando à redução do desperdício de água por meio de ações como o uso racional e reuso de água, compartilhamento de dados e treinamento para o pessoal da indústria.

O abastecimento urbano assume uma parcela significativa, correspondendo a 9% do consumo de água no Brasil. O crescimento constante da população tem elevado tanto a demanda quanto o desperdício de água. Comportamentos inadequados, como deixar torneiras abertas indevidamente, tomar banhos prolongados, utilizar mangueiras sem necessidade, lavar excessivamente calçadas e escovar os dentes com a torneira aberta, contribuem diretamente para o desperdício desse recurso essencial. Muitas redes de abastecimento e distribuição de água no Brasil são precárias e necessitam de investimentos significativos para garantir o abastecimento adequado. Segundo a ANA, 55% dos municípios, que representam 73% do consumo de água no país, precisam de investimentos urgentes no valor aproximado de R$ 22,2 bilhões.

Portanto, fica evidente que em 2023, o problema do desperdício de água permanece uma preocupação crítica em nosso país. Cada gota de água é inestimável e, para enfrentar essa ameaça crescente, é imperativo que nossos líderes governamentais e empresas de abastecimento de água coloquem este assunto como prioridade. Isso inclui a implementação de medidas rigorosas de fiscalização para identificar e combater vazamentos e furtos, a promoção de campanhas de conscientização para sensibilizar a população e investimentos significativos em infraestrutura e tecnologia, como sensores de monitoramento. Essas ações são fundamentais para enfrentar o desafio em constante crescimento do desperdício de água no Brasil, assegurando um uso mais eficiente deste recurso vital, tanto para as gerações atuais quanto para as futuras.

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Maximizando Recursos Hídricos com a Telemetria em Poços de Água

Maximizando Recursos Hídricos com a Telemetria em Poços de Água

A água subterrânea, um tesouro escondido sob nossos pés, é um recurso vital para comunidades em todo o Brasil.

Um estudo revelador, conduzido em 2018, apresentou uma visão crítica sobre a dependência hídrica dos municípios brasileiros. De acordo com os resultados desse estudo, nada menos que 52% dos municípios do país confiam, de maneira total (36%) ou parcial (16%), no suprimento proveniente das águas subterrâneas para garantir suas necessidades de abastecimento de água. Essa estatística chama a atenção para a notável interconexão entre a vida urbana e os recursos aquáticos subterrâneos, uma conexão muitas vezes subestimada.

A complexidade desse cenário torna-se ainda mais evidente quando se observa o impacto diferenciado nos municípios de diferentes tamanhos. Nas pequenas cidades, com populações inferiores a 10 mil habitantes, a dependência das águas subterrâneas assume proporções ainda mais significativas. De fato, em 48% dessas comunidades de menor porte, a exploração das águas subterrâneas emerge como a única opção viável para atender às demandas de água da população local. Isso ressalta a necessidade de um gerenciamento cuidadoso e sustentável desses recursos essenciais, particularmente nas áreas menos povoadas e mais vulneráveis.

Contudo, a verdadeira importância da criação  de poços se torna ainda mais evidente diante dos desafios hídricos complexos que o Brasil enfrentou, sobretudo em momentos de severas secas e estiagens prolongadas. Entre os anos de 2013 e 2017, um período marcado pela escassez de recursos hídricos, a situação se agravou consideravelmente, impactando quase metade dos municípios do país, um total expressivo de 2.706 cidades, conforme registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É notável como a água subterrânea emergiu como um recurso vital para mitigar os efeitos dessas crises hídricas. Um exemplo ilustrativo é o caso de São Paulo em 2014, quando a cidade enfrentou uma crise aguda. Nesse contexto desafiador, o Departamento de Água e Esgoto (DAEE) emitiu um aumento notável de 17% nas licenças para perfuração de poços artesianos, em comparação ao ano anterior. Isso reflete a crescente busca por soluções sustentáveis, incluindo a exploração das águas subterrâneas.

A resposta a esses desafios reside na telemetria em poços de água, uma inovação que oferece controle e eficiência incomparáveis. A telemetria não apenas monitora os níveis de água, pressão e qualidade em tempo real, como também identifica vazamentos e ineficiências de forma proativa. Além disso, permite decisões embasadas e respostas rápidas a emergências, preservando recursos e garantindo o fornecimento contínuo.

Em um futuro onde a água é um recurso cada vez mais escasso, a telemetria emerge como uma ferramenta estratégica e crucial. Ela não só maximiza o uso das águas subterrâneas, mas também assegura a sustentabilidade ambiental e a disponibilidade de água para as gerações vindouras. A telemetria em poços de água é a chave para desbloquear o potencial inexplorado sob nossos pés e assegurar um futuro hídrico mais resiliente e seguro.